sábado, 26 de fevereiro de 2011

Arte moçárabe

Arte Moçárabe se refere à arte dos Moçárabes, cristãos ibéricos que viviam em territórios conquistados pelos muçulmanos do período que vai da invasão pelos árabes da Península Ibérica (711) até o final do século XII, quando eles adotaram alguns costumes árabes, mas sem se converter ao Islã.

O Canto Gregoriano

O canto gregoriano é um gênero de música vocal monofônica, monódica (só uma melodia), não acompanhada, ou acompanhada apenas pela repetição da voz principal com o organum, com o ritmo livre e não medido, utilizada pelo ritual da liturgia católica romana, a idéia central do cantochão ocidental.
As características foram herdadas dos salmos judaicos, assim como dos modos (ou escalas, mais modernamente) gregos, que no século VI foram selecionados e adaptados por Gregório Magno para serem utilizados nas celebrações religiosas da Igreja Católica.
Somente este tipo de prática musical podia ser utilizada na liturgia ou outros ofícios católicos. Só nos finais da Idade Média é que a polifonia (harmonia obtida com mais de uma linha melódica em contraponto) começa a ser introduzida nos ofícios da cristandade de então, e a coexistir com a prática do canto gregoriano.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Escultura Românica

A escultura da Roma Antiga desenvolveu-se em toda a área de influência romana, com seu foco na metrópole, entre os séculos VI a.C. e V d.C.. Em sua origem derivou da escultura grega, primeiro através da herança etrusca, e logo diretamente, pelo contato com as colônias da Magna Grécia e com a própria Grécia, durante o período helenista. A tradição grega permaneceu uma referência constante ao longo de toda a trajetória da arte escultórica em Roma, mas contradizendo uma antiga e generalizada opinião de que os romanos foram apenas meros copistas, hoje se reconhece que foram capazes não só de assimilar e elaborar suas fontes com maestria, mas também de dar importante contribuição original a essa tradição, visível em especial na retratística, gênero que gozou de prestígio singular e deixou exemplos de suma perícia técnica e elevada expressividade, e na escultura decorativa dos grandes monumentos públicos, onde se desenvolveu um estilo narrativo de grande força e caráter tipicamente romano.
Depois da consolidação do império, outras influências estrangeiras, mormente orientais, determinaram um progressivo afastamento do cânone grego em direção a uma simplificação formal de tendência abstrata, que estabeleceu as bases da arte bizantina, paleocristã e medieval. Esse processo, não obstante, foi entremeado de diversos períodos de revivescência classicista, que além de fortalecerem o elo simbólico com o passado foram úteis na manutenção da coesão política e cultural do vasto território. Nem mesmo a cristianização do império pôde determinar a exclusão das referências clássico-pagãs da escultura romana, e até o século V, quando a unidade política se rompe definitivamente, modelos clássicos ainda continuavam sendo emulados, embora adaptando-se aos temas próprios da nova ordem social, política e religiosa que se instaurava.
Mesmo que este resumo tente se manter em uma cronologia mais ou menos ordenada e procure estabelecer a especificidade de cada fase, o estudo da escultura romana tem-se provado um desafio para os pesquisadores por sua evolução ser tudo menos linear e lógica. Tentativas de impor um modelo de desenvolvimento formal como um sistema orgânico sobre a história da escultura romana se mostraram inacuradas e irreais. Apesar das divergências entre os estudiosos sobre muitos pontos, já se tem uma idéia mais ou menos clara sobre as características gerais de cada etapa evolutiva, mas o modo como elas evoluíram e como se transformaram de uma para outra evidenciou ser um processo muito complexo que ainda está longe de ser bem compreendido. Uma duradoura inclinação para o historicismo e o ecletismo, ainda mais pronunciada do que a que se observou durante o Helenismo, junto com a presença de estilos bem diferenciados na escultura produzida num mesmo momento histórico para as diferentes classes sociais, e mesmo dentro de uma única classe, atendendo a necessidades de cada tema e situação, tornam o assunto ainda mais intrincado.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

O Renascimento Otoniano

A arte otoniana é um momento da arte que surge na Alemanha, de meados do século X a inícios do século XI durante o Sacro Império Romano-Germânico com Otão I da Germânia e seus sucessores. É o estilo que sucede ao carolíngio do qual recebe grande influência e que antecipa formalmente o românico.
A arquitectura é vigorosa, maciça e de equilibradas proporções, utilizando-se portas de bronze em relevo. A escultura é realista e expressiva e a iluminura é de grande força e intensidade, revelando uma grande variedade de matizes e a tentativa de clarificação da mensagem através da hierarquia pela escala das figuras.
Na pintura, o período otoniano foi marcado ainda pela elaboração de iluminuras, onde se combinam elementos carolíngios e bizantinos. O centro mais importante de criação de manuscritos era o mosteiro da Ilha de Reichenau, uma ilha no lago de Constança. A sua mais bela realização foi o Evangeliário de Oton III.

O Renascimento Carolingia

A arte carolíngia refere-se à arte do período de Carlos Magno, estendendo-se pelos seus sucessores (entre 780 e 900 d.C.) e alargando a sua influência ao período posterior da arte otoniana. Carlos Magno foi a figura política mais poderosa da Alta Idade Média, pois seus exércitos assumiram o controle de extensos territórios ao norte da Europa. Carlos foi responsável pela imposição do Cristianismo e pelo ressurgimento da arte antiga. Após sua coroação, tornou-se grande patrono das artes. Estes dois momentos da arte medieval são considerados os antecessores do românico e bases da arte gótica.
Além de pautar por uma forte herança céltico-germânica, a arte carolíngia inspira-se na arte romana da Antiguidade Clássica no chamado renascimento carolíngio, resultando numa comunhão entre elementos clássicos e o característico espírito emocional e conturbado da Idade Média.
A sua expressão arquitectónica vai incidir especialmente na construção religiosa caracterizada por pinturas murais, pelo uso de mosaicos e baixos-relevos surgindo também neste momento a igreja com cripta envolta por deambulatório, tipologia que se irá desenvolver ao longo da Idade Média. Uma das mais significativas construções deste período é a Catedral de Aachen na Alemanha.
As artes decorativas assumem também um lugar de relevo, especialmente no que diz respeito à produção de marfins, joalharia e iluminura, esta última caracterizada por um traço extremamente dinâmico, forte e liberto transmitindo energia rítmica.